VALOR DO FRETE DE GRÃOS TEM ALTA DE 62%
Com preços recorde no mercado, os fretes de grãos têm apresentado valores cada vez maiores em comparação ao ano anterior, com tendência de alta nos próximos meses
Em recente análise realizada pelo Grupo Esalq-LOG com base nos dados coletados pelo Sistema de Informações de Fretes (Sifreca), a variação dos valores de frete praticados na rota de Sorriso (MT) para Rondonópolis (MT), uma das principais vias de escoamento de grãos no país, tem registrado patamar recorde no mês de fevereiro.
Os valores, que alcançaram a marca máxima de R$138,69/t, têm atraído caminhoneiros para a região, enquanto os demais estados também apresentam alta demanda por veículos.
O principal motivo para a situação atual do mercado foi uma janela menor de colheita nos últimos meses, já que, por razões climáticas, o plantio de soja na região do Mato Grosso foi tardio, consequentemente ocasionando uma colheita tardia.
Como a região geralmente realiza o plantio e a colheita antes que os demais estados, o atraso que aconteceu neste período acarretou em um efeito cascata no mercado, uma vez que coincidiu com a movimentação de soja das demais regiões.
Os veículos, atraídos pela oferta de trabalho e altos valores de fretes, se direcionaram para o Centro-Oeste do país, resultando em pouca disponibilidade de veículos para a colheita das outras regiões. Tais fatores colaboraram para o patamar elevado observado em fevereiro, uma vez que, até o momento, o valor máximo de fretes registrados na região foi de R$136,31/t, no mês de julho de 2018.
Outro índice alcançado pelos fretes na região também aconteceu no início deste ano, quando a série apresentou R$85,46/t, menor valor registrado nos últimos anos. Antes de janeiro, o menor valor observado foi em dezembro de 2020, com fretes de R$86,60/t.
De acordo com os pesquisadores do Esalq-LOG, também foi observada uma competição por veículos entre as regiões Centro-Oeste e Norte do país, que mesmo em fase inicial da colheita da soja apresentaram registro de altas nos fretes. Assim, a tendência é que os valores de frete continuem a subir, uma vez que as atividades de colheita devem se intensificar nas regiões Sul, Norte e Nordeste.
Fonte: Mundo Logística